Fonte: Hypertension. 2003 Jun;41(6):1228-33
A avaliação dos pacientes com queixa de dor músculo-esquelética, disseminada em todo o corpo, é um desafio médico porque pode ter inúmeros diagnósticos reumatológicos possíveis. O exame clínico é capaz de definir a etiologia e direcionar o tratamento, na maioria dos pacientes, mas, infelizmente, as alterações reumatológicas ainda permanecem como um campo inexplorado em muitos destes casos e o paciente termina sendo, erroneamente, classificado como neurológico ou psiquiátrico. Deve-se considerar a possibilidade de Fibromialgia, Miopatia inflamatória Idiopática, Polimialgia Reumática, Arterite de Células Gigantes e distúrbios da tireóide em qualquer paciente com queixa de “dor no corpo todo”.T. S. Campbell e colaboradores, psicólogos, da McGill University, na cidade de Montreal, Canadá, verificaram que a sensibilidade à dor,exagerada, em adolescentes, estava associada com problemas de hipertensão.
Os autores mediram a pressão arterial, o número de batimentos cardíacos, em meninos de 14 anos, e depois verificaram, novamente, esses parâmetros quando tinham 22 anos de idade e os relacionou com dores pelo corpo todo ou com a sensibilidade à dor. O estímulo de dor foi a pressão de um dedo nos músculos que apresentava variação conforme a pressão arterial aumentada era sistólica ou diastólica ou aumentava os batimentos cardíacos, ou os jovens tinham parentes com hipertensão. .
Os autores afirmam que isso indica que o sistema nervoso involuntário relacionado com as emoções está alterado tanto no organismo inteiro como, especificamente, no coração. Há um aumento dos estímulos do sistema nervoso simpático e redução do sistema nervoso parasimpático, nas pessoas que têm essa maior sensibilidade à dor.