Volume 6, Edição 5, Maio – 2021 Revista Internacional de Ciência Inovadora e Tecnologia de Pesquisa ISSN No:-2456-2165

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 Doença de Parkinson tratada com Medicina Constitucional e Organoterápicos do Cérebro:

Relato de 41 (quarenta e um) pacientes

Isabel de Oliveira Horta, Pedro Schettini Cunha

Autor principal e correspondente

orcid.org/0000-0002-9080-4349

1973 – Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.

1973-2018-Homeopathic Doctor of Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais: Belo Horizonte, MG, BR

1992-Pós-graduação em homeopatia – Associação Médica Homeopática de Minas Gerais

1988-2010 – Coordenador do Centro de Projetos de Pesquisa e da Prefeitura Municipal de BH; Pesquisadora da ONG Instituto Ethica de Projetos e Pesquisas.

Sítio Web: www.clinicaveredas.com

Abstrair:-

Contexto: Na homeopatia constitucional, a medicina constitucional (MC) produz sintomas mentais, emocionais e físicos quando testada em pessoas saudáveis. Orgonoterápicos (OT) são medicamentos homeopáticos feitos a partir dos órgãos saudáveis de ovelhas ou porcos. Possibilitam a reconstituição das funções desses órgãos, em outras espécies animais gravemente lesadas, utilizando tecnologia farmacêutica semelhante à dos MC. Objetivos: Objetivamos avaliar a eficácia e segurança de Organotherapics of sheep Healthy Brain (OTHB) junto à medicina constitucional (MC) para doença de Parkinson idiopática (DPI). Além disso, nosso objetivo foi observar e discutir a prevenção de lesões metastáticas em outros órgãos.

Métodos: Trata-se de um ensaio clínico observacional prospectivo. Clínica privada de Belo Horizonte realizada em clínica particular de Belo Horizonte (MG). Foi observado e avaliado; quarenta e um pacientes com idade entre 50 e 99 anos, com diagnóstico de provável DPI. Os pacientes receberam prescrição de TBOT + MC. Foram acompanhados mensalmente (40 a 500 dias). O questionário PD Estágios IV (Hoehn e Yahr, 2010) e McGill (1975)/Santos (2006). A seleção dos sintomas da DPI foi padronizada de acordo com a Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson, e os sintomas mentais/psíquicos foram avaliados.

Resultados: Até quinhentos dias, houve reduções significativas nos seis piores sintomas de Parkinson:

1 – dificuldade de deglutição de 18% [10% a 26%] a cada 30 dias (p=0,000).

2- tremores de 3% [1% a 5%] a cada 30 dias (p=0,013).

3- dor articular/bloqueio diminui em 8% [5% a 11%] a cada 30 dias (p=0,000).

4 – dificuldade para falar de 7% [2% a 12%] a cada 30 dias (p=0,008).

5 – dificuldade para deambular ou ficar em pé, de 5% [1% a 8%] a cada 30 dias (p=0,005).

6 – dificuldade de compreensão de 9% [2% a 15%] a cada 30 dias (p=0,015); 7- dor articular/bloqueio média de 8% [5% a 11%] a cada 30 dias (p=0,000). Os sintomas emocionais diminuíram, em média, de 10% [7% a 12%] a cada 30 dias (p=0,000).

Conclusões: os pacientes apresentaram uma taxa média de melhora nos sintomas de DPI de 91%[(IC 95%) (60%–98%)] e uma melhora média nos sintomas emocionais/mentais de 85% [(IC 95%) (53%–96%)], mas nenhuma supressão dos sintomas foi observada, uma vez que os sintomas emocionais apresentaram melhoras significativas.

Palavras-chave:- Doença de Parkinson, Homeopatia, Organoterapia, Biotherapie.

I. INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson idiopática (DPI) é uma doença neurodegenerativa crônica. Sua incidência média mundial em pessoas com mais de 65 anos é de 1%–2% e a prevalência no Brasil é de 3% 1–2.

. Na homeopatia constitucional, a medicina constitucional (MC) produz sintomas mentais, emocionais e físicos quando testada em pessoas saudáveis, quando esmagada, diluída e energizada, pode reverter as ações tóxicas de doenças que produzem sintomas mentais, emocionais e físicos em pessoas doentes.

Os organoterápicos (OT) são medicamentos homeopáticos feitos a partir de órgãos saudáveis de ovelhas ou porcos, que permitem a reconstituição das funções desses órgãos, em outras espécies animais gravemente feridas, utilizando tecnologia farmacêutica semelhante à CM3.

Os bioterápicos incluem organoterápicos (OTs) (dos órgãos de porcos ou ovelhas saudáveis). Isodes (matrizes derivadas de vírus, bactérias, substâncias tóxicas) (M. 1992). Volume 6, Edição 5, Maio – 2021 Revista Internacional de Ciência Inovadora e Tecnologia de Pesquisa ISSN No:-2456-2165

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E os nosodes (secreções patológicas), que estão sujeitos à mesma tecnologia farmacêutica CM3.

O uso de organoterápicos é difundido na França e um de seus maiores promotores é Max Tetau que defendeu o uso de organoterapicos derivados do intestino e pulmões4-5. Voisin, em seu livro Medical Matter for Medical Homeopaths6, descreve vários organoterápicos indicados para o tratamento de vários órgãos. No Brasil, Roberto Costa foi o maior divulgador da organoterapia7. Há também estudos sobre o uso de isoterápicos8 mostrando o efeito do arsênio homeopático na intoxicação por arsênio e o controle organoterápico da hipertrofia adenoideana9. Um estudo sobre o uso de constituintes ósseos10-11 para artrite e tratamento degenerativo da osteoartrite também foi relatado. No entanto, nenhum trabalho foi publicado sobre o uso de organoterápicos cerebrais saudáveis para doenças neurológicas.

Algumas drogas alopáticas, como a dopamina11, utilizada atualmente para DPI e a doença de Parkinson atípica (DPA), diminuem temporariamente a duração dos tremores, mas também podem agravá-los, e distúrbios do movimento podem ser induzidos pela dopamina12. Os efeitos potenciais do tratamento a longo prazo da doença de Parkinson com levodopa permanecem incertos 13. Para o tratamento de distúrbios do movimento, pramipexol 14, rotigotina 15, cabergolina 16 e rivastigmina 17 têm sido estudados. Para o controle moderado de problemas cognitivos, rivastigmina e memantina18 têm sido estudadas. A estimulação elétrica profunda do núcleo subtalâmico também tem sido utilizada, apesar do risco de hemorragia interna cerebral 19

II. CASUÍSTICA E MÉTODOS

Local: Este estudo foi uma iniciativa da organização não governamental (ONG) Instituto de Ética de Belo Horizonte/MG, realizado no período de 2013 a 2018.

A ONG é uma entidade sem fins lucrativos destinada a realizar projetos e pesquisas de interesse público e trabalhos no escritório do autor. O médico examinador e avaliador possui curso de especialização em homeopatia e 27 anos de experiência na área. Ela só trabalha com pacientes com Parkinson desde 2012.

Desenho do estudo

Em 2011, três pacientes com DPI – dois deles no quinto estágio (PD Hoehn e Yahr, Estágios V, 2010) 20 – foram submetidos ao tratamento com a terapia combinada OTHB (Healthy Brain Organotherapic) + MC e tiveram uma recuperação completa dos sintomas da doença. Os três pacientes retornaram normais após 10 a 13 meses de tratamento. Com esses bons resultados não mostrando efeitos colaterais, decidiu-se até o final desta fase da pesquisa em 2014. Cinquenta e oito voluntários com provável DPI, com diagnóstico clínico assinado e tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) solicitadas para referência de seus neurologistas, foram recrutados neste estudo e receberam a terapia combinada OTHB + CM. Dois pacientes foram excluídos do estudo por motivos familiares e negligência e 15 desistiram por analfabetismo funcional ou dificuldades com o prontuário familiar. Vinte e quatro pacientes apresentavam sintomas controlados da doença e receberam alta hospitalar no período entre 40 e 500 dias (fig. 1 nos resultados). Ao final deste estudo, 41 pacientes foram avaliados; a maioria encontrava-se no estágio IV (DP Estágios I–V, Hoehn e Yahr, 2010)20 e apresentava, em média, entre 2 e 3 na escala numérica de sintomas (1–4) dos 66 sintomas da Escala Unificada de Taxa de Doença de Parkinson (UPDRS)21.

O tempo médio de tratamento alopático dos 58 pacientes (fig. 1) antes do início do estudo foi de 18 anos, com desvio padrão de 16,4 (18 ± 16,4). Os medicamentos homeopáticos foram autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA (Decreto nº 79094, publicado no Diário Oficial da União em 01/05/77) e pelo Comitê de Ética do HOSPITAL SÃO FRANCISCO de Belo Horizonte, MG (Brasil) que aprovou o projeto conforme indicado pela Plataforma Brasil em 04/0/2018, sob o número 3239352. Na primeira consulta, o médico mediu os sintomas presentes em cada paciente usando um controle de plugue evolutivo. Como alguns sintomas não foram detectados em todos os pacientes, escolhemos os seis sintomas mais graves, característicos da DPI, para o monitoramento e avaliação do plugue escalável: tremores ou piadas, dificuldade para falar e engolir, discinesia induzida devido à rigidez e lentidão de movimentos, dificuldade de compreensão e dores no corpo.

Os sintomas da doença de Parkinson foram identificados e investigados a partir de uma lista de 66 sintomas da Escala Unificada de Taxa da Doença de Parkinson (UPDRS)21. No primeiro exame, os pacientes (ou seus familiares) foram capazes de completar o registro diário em casa com respostas de acordo com a escala de 0 a 4 da UPDRS para sintomas de Parkinson21 e o questionário de McGill/Santos22 para sintomas emocionais/mentais. Os escores para avaliação em ambas as escalas (dor na Escala McGill e sintomas de Parkinson na UPDRS) variaram de zero (0) a quatro (4), variando com intensidade e frequência sucessivamente maiores. Assim, as duas análises separadas buscaram encontrar as médias em cada uma das duas categorias de sintomas. Ambas as escalas foram utilizadas, cada uma para uma categoria diferente de sintomas. Desde o primeiro exame, os pacientes foram treinados por meio de reuniões e vídeos, sob supervisão médica, para compreender os descritores de dor dos descritores de sintomas da UPDRS para doença de Parkinson e do IBP no Questionário McGill.

No 90º dia, foi adicionada uma dose inicial de MC, OTHB, em potências consecutivas de LM (cinquenta milésimais) e em dose de duas gotas pela manhã, espaçadas entre dois ou três dias. Os pacientes podiam adquirir o organoterápicos (TO) em apenas uma farmácia na cidade de Belo Horizonte. Essas potências foram aumentadas sucessiva e individualmente até que índices de Mc Gill/Santos menores que 1 no plugue evolutivo fossem obtidos. O protocolo para o aumento das potências do LM (cinquenta milhas) foi baseado na Orientação do Organon de Hahnemann, 6ª Edição 23.

Para este estudo, optou-se por aumentar sucessivamente a MM (cinquenta milésimos) ao longo de 15 dias, espaçando os dias entre as doses, de acordo com o melhor resultado individual. O MC foi individualizado de acordo com as características constitucionais Volume 6, Edição 5, Maio – 2021 Revista Internacional de Ciência Inovadora e Tecnologia de Pesquisa ISSN nº:-2456-2165

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Do paciente. Durante este estudo, todos os pacientes continuaram o uso de medicações prescritas por seus neurologistas.

Foi escolhido o tratamento orgisopépico cerebral derivado do cérebro de porco ou de ovelha e preparado de acordo com a metodologia especial dos medicamentos homeopáticos 3. A fórmula orgoterápica, contendo matrizes correspondentes à região anatômica afetada na doença de Parkinson e alterações na ressonância magnética (RM), foi preparada da seguinte forma:

Data de tomada de cada aumento de LM (cinquenta milésimos) = MC + OT de substância cinzenta cerebral + substância branca + lobo temporal + lobo frontal + (mesencéfalo contendo hipocampo, tálamo, gânglios da base e ventrículos) + artérias da glia (envolvidas na doença obstrutiva crônica isquêmica, muito comum na faixa etária de pacientes com Parkinson).

O custo do tratamento para os 24 pacientes que receberam alta ou continuaram usando os medicamentos até 500 dias foi de US$ 210 (US$ 21 por mês em dezembro de 2015).

A fórmula tem como composição, a matriz da substância negra e local das principais alterações fisiopatológicas da DPI (coletada da região do mesencéfalo do cordeiro, onde estão localizados os gânglios da base). Essas estruturas cobrem muitos locais afetados pela doença de Parkinson (mesencéfalo/lobo temporal). A maioria dos pacientes submetidos a RM ou TC de encéfalo apresentava lesões relacionadas à doença obstrutiva crônica isquêmica. As matrizes de organoterápicos correspondentes aos sítios relacionados às disfunções e sintomas em cada paciente estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1. Indicações de organoterápicos preparados (OT) utilizados no estudo OTIndicação
CérebroQualquer lesão cerebral generalizada
Mesencéphalo (Mesencéfalo)Distúrbios da fala, memória recente, hipófise, trato talâmico cortical, tálamo, hipotálamo, amígdala, gânglios da base, substância negra, sede de controle, saciedade, hormônios, PA
Substância cinzentaNeurônios sensoriais y motores ao redor do cérebro
Substância brancaDoenças desmielinizantes, oclusões vasculares isquêmicas, alterações vasculares
Ponte e BulboNeurônios motores, equilíbrio, coordenação de centros respiratórios, cardio
Lobo FrontalAlterações nos movimentos faciais
Lobo parietalRecepções sensoriais e interpretação
Medula espinalNeurônios motores e sensitivos, plexo braquial, lombar e sacral
ArtériasCardiopatia isquêmica e pressão arterial obstrutiva
Plexo braquial, lombar e sacralInchaço, formigamento e dores sensíveis

As matrizes retiradas do cérebro de cordeiro sadio, modificadas pela técnica farmacológica, compuseram a fórmula individual de orgoterápicos, baseada nos sintomas neurológicos da DPI e nos sinais anatomofisiológicos encontrados na RM.

Uma lista de sintomas da UPDRS21 foi seguida para identificar os sintomas de DPI dos pacientes. A coleta de dados para avaliação foi realizada por meio de plugue evolutivo (Anexo 1). Os pacientes ou seus familiares acompanhavam os seis sintomas mais graves da doença, sintomas associados a outros órgãos e sintomas emocionais e mentais diariamente em casa. A estratégia de análise teve como objetivo verificar se os sintomas diminuíram ao longo do tempo com o tratamento.

Sete tempos de observação e valores nas colunas do plugue evolutivo (referentes aos dias 40, 90, 150, 210, 330 e 500 dias após a primeira consulta) foram registrados para análise estatística. Atenção especial foi dada à média dos sintomas físicos, mídia emocional e variáveis resposta.

Dentre os sintomas físicos, além daqueles típicos da doença de Parkinson, incluímos os sintomas de dor crônica degenerativa que geralmente acomete pacientes idosos, na mesma idade da doença de Parkinson. A dor muscular de Parkinson, que é acompanhada de rigidez, foi clinicamente diferenciada de dor articular e dor vértebro-distal de dor crônico-degenerativa. Os STs para o cérebro e os para os componentes osteodegenerativos foram indicados separadamente.

Foram utilizados 19 diferentes medicamentos mais utilizados na literatura médica para o equilíbrio constitucional:

– Calcarea Carbonica, Ignatia, Nux Vomica, Pulsatilla, Lycopodium, Silicea, Arsenicum Album, Phosphoric Acidum, Staphysagria, Natrum Muriaticum, Cyclamen, Kali sulphuricum, Tarêntula hispânica, Platina, Sepia officinalis, Calcarea Phosphorica, Phosphorus, Lachesis, Sepia, Sulphur

Resultado da análise individual da alteração da medicação alopática durante a pesquisa

– Medicina alopática supostamente usada por pacientes durante o tratamento: Dopamina, Rasagilina, Selegilina, Levodopa/Benserazida ou Levodopa/Carbidopa, Pramipexol, Cabergolina, Rivastigmina, Entacapona, Amantadina, Levotiroxina de Sódio, medicina ortomolecular e outros medicamentos para comorbidades, mais comumente antidepressivos, Propranolol, Nifedipina, Amlodipina, Quin, Puran T4, Azitromicina, Aditivo de D-vitamina, Cálcio, Ômega 3, Sinvastatina, Donepezil, Rosuvastatina e um Volume 6, Edição 5, Maio –  2021 Revista Internacional de Ciência Inovadora e Tecnologia de Pesquisa ISSN No:-2456-2165

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variedade de outras substâncias indicadas para outras disfunções orgânicas. Outros tratamentos concomitantes ao tratamento foram anotados em uma lista de excel além da ficha de evolução, com registros de zero a 1 de sua ocorrência a cada 5 dias para auxiliar na interpretação dos sintomas. : fonoaudiologia, fisioterapia, hidroginástica, yoga, massagens, caminhadas. Essas medicações foram mantidas durante todo o tratamento.

Essas drogas alopáticas e homeopáticas para Parkinson não foram consideradas na regressão logística. No entanto, existe um tipo de evidência de que todos os pacientes foram tratados com essas drogas alopáticas para Parkinson, por uma média de 4,96 anos, antes de iniciar o tratamento homeopático. Eles mantiveram medicamentos alopáticos e tiveram melhoras adicionais significativas após a adição de tratamento homeopático por apenas 13 meses. Além disso, em anos anteriores, nenhum dos pacientes havia sido tratado com medicamentos homeopáticos para Parkinson. Para verificar se os sintomas diminuíram após o tratamento homeopático, foi realizado um modelo log-linear marginal, a partir da família de modelos da Equação de Estimação Generalizada (GEE) (Fitzmaurice, et al., 2011)24 .

O modelo marginal log-linear foi realizado utilizando-se o software R. Além disso, a influência das seguintes variáveis também foi mensurada: sexo, idade, estado civil e financiador do tratamento.

III. RESULTADOS

Figura 1- Fluxograma dos pacientes que realizaram o estudo

Cinquenta e oito pacientes foram recrutados como possíveis voluntários para o tratamento e avaliados quanto à elegibilidade com diagnóstico provável de DPI, assinado por seus neurologistas para referência; 15 pacientes não preencheram os critérios de inclusão. Dois pacientes foram excluídos durante o estudo por negligência de seus familiares, e 13 pacientes interromperam o estudo por indisponibilidade de registros familiares, analfabetismo funcional ou piora dos sintomas aos 150 dias de tratamento. Os 41 pacientes restantes foram, portanto, avaliados; Destes, 24 receberam alta hospitalar tardiamente devido à doença totalmente controlada.

Identificando a representatividade da amostra, foi feita uma estimativa indireta da incidência da doença de Parkinson na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) utilizando as taxas de incidência e idade e sexo para os EUA compiladas por Van Den Eeden et al.25, uma vez que não há estimativas diretas de incidência para idade e sexo no Brasil. O número de pacientes com doença de Parkinson na RMBH foi estimado em 551 (230 mulheres e 321 homens), com o maior número de casos na faixa etária entre 60 e 79 anos. Em nossa amostra, houve maior prevalência da doença entre homens de 70 a 79 anos e mulheres acima de 80 anos. O percentual de homens e mulheres na amostra em relação à população da RMBH foi de 5,3% e 11,3%, respectivamente. Houve predomínio de pacientes com ensino fundamental completo (20%) e superior (20%), seguidos daqueles com nível médio (17%). A maioria era casada (37%), seguida do Volume 6, Edição 5, Maio – 2021 International Journal of Innovative Science and Research Technology ISSN No:-2456-2165

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por solteiros (12%) e viúvos (10%). Em relação à fonte de custeio do tratamento, a maioria pagou por si (41%), seguida por instituição previdenciária (39%) e seguro privado (17%).

A Tabela 2 mostra ao longo das consultas as médias e desvios-padrão dos sintomas: Assim, pode-se observar que:

Espera-se que um paciente médio, com características compatíveis com as observadas na amostra deste estudo, apresente os seguintes índices de Mc Gill, na primeira e sétima consulta:

• Em média, houve diminuição de 1,86 para 0,00 na deglutição.

• Em média, houve uma diminuição de 2,00 para 1,00 nos tremores.

• Em média, houve diminuição de 1,93 para 0,4 na dificuldade de falar.

• Em média, houve diminuição de 2,49 para 1,00 na dificuldade de andar ou ficar em pé

• Em média, houve diminuição de 2,20 para 0,50 na dificuldade de compreensão

• Em média, houve uma diminuição de 2,42 para 0,42 na dor articular/travamento.

• Em média, houve uma diminuição de 2, 28 para 0 e 35 nos sintomas emocionais/mentais.

Tabela 2 – Análise descritiva dos indicadores por consulta. IndicadorConsultaNMédiaS.D.Min.1º Q2º Q3º QMax.
Dificuldade para engolirPrimeiro221,861,0801233
Segundo211,261,1600123 
Terceiro160,630,6200112 
Quarto120,670,78000,512 
Quinto100,40,700012 
Sexto50,20,4500001 
Sétimo20000000 
TremoresPrimeiro3321,0301233
Segundo311,690,9401223 
Terceiro221,550,87011,323 
Quarto181,611,0201223 
Quinto151,30,8801123 
Sexto81,250,8900,51,522 
Setenta410,8200,511,52 
Dificuldade para falarPrimeiro281,930,901233
Segundo271,371,0800,5123 
Terceiro191,130,9400123 
Quarto150,770,820011,32 
Quinto90,890,890011,52 
Sexto70,931,10011,33 
Setenta50,40,8900002 
Dificuldade para andar ou ficar em péPrimeiro392,490,7912333
Segundo381,970,9501233 
Terceiro271,671011,52,83 
quarto211,760,960122,53 
Quinto151,271,1600123 
Sexto91,330,97011,523 
Setenta51100122 
Dificuldade de compreensãoPrimeiro202,20,8902233
Segundo191,450,8301223 
Terceiro170,970,6701112 
quarto131,040,7801112,5 
Quinto90,890,7800112 
Sexto50,90,890011,52 
Setenta40,5100012 
Unir dores/travarPrimeiro412,420,7102333

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Segundo401,740,9401223
Terceiro291,330,9301123
Foutth241,50,9900,5223
Quinto171,44101223
Sexto100,750,98000,513
Setenta60,420,6700011,5
Média EmocionalPrimeiro412,280,570,71,92,32,73
Segundo111,910,710,91,41,92,43
Terceiro61,870,6911,41,92,42,7
Foutth71,141,0700,311,73
Quinto70,710,5500,30,91,11,4
Sexto40,680,5300,30,81,11,1
Setenta60,350,47000,10,91

A Tabela 3 encontrou normalidade no teste de Shapiro Wilk para todas as variáveis estudadas e foi possível inferir os seguintes resultados no teste T pareado para Parkinson e sintomas emocionais/mentais:

Tabela 3 – Resultados do teste T pareado para a variável que corresponde à média dos sintomas Parkinson e emocionais/mentais: Sintomas emocionais/mentaisSintomas de Parkinson
ÚltimoResultadoÚltimoResultado
Consultap-valorConsultap-valor
40 dias0.00868640 dias0.4667
90 dias0.459790 dias0.04867
150 dias0.008419150 dias0.006345
210 dias0.000001210 dias0.001484
330 dias0.0377330 dias0.08924
500 dias0.002594500 dias0.003153

Assinar. Códigos: 0 ‘***’ 0,001 ‘**’ 0,01 ‘*’ 0,05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1

Método de Regressão: Modelos de Efeitos Mistos. Fórmula em R: lmer (emocional~onda+ (onda|indivíduo))

Correlação: Estrutura = não estruturada. Link = identidade Número de clusters: 38

Apesar dessa associação entre condição emocional no início do tratamento e abandono, não há diferença significativa na melhora ao longo do tratamento entre os que abandonaram e os que não abandonaram. Mesmo agrupando as desistências em três categorias de motivos (energia, impaciência e dose errada), a diferença Volume 6, Edição 5, Maio – 2021 International Journal of Innovative Science and Research Technology ISSN No:-2456-2165

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entre os grupos permaneceu insignificante. Para identificar a significância dos abandonos nos resultados, aplicou-se o ajuste do modelo misto linear por REML [‘lmerMod’]26 no projeto R, com Fórmula: sintomas emocionais = onda + abandono + (1 | id), gerando um estimador para o efeito fixo de abandono de 0,4, cujo erro padrão foi de 0,258 em 172 observações para o total de 43 pacientes. O teste de Wald com alfa de 0,05 produziu intervalo de confiança entre -0,1 e 0,9 para a hipótese de que o parâmetro abandono é zero, confirmando que ele não é significativo na melhora dos sintomas emocionais. Quando categorizado, o abandono gerou intervalos de confiança de -1,3 a 1,2 para a dose errada, enquanto para a energia foi de -0,6 a 1,2 e a impaciência foi de -0,1 a 1,2. Com isso, justificando a possibilidade de trabalhar sem a informação de quem abandonou.

O modelo de efeitos mistos utilizado para testar abandonos oferece uma resposta ligeiramente diferente daquela buscada com o modelo GEE. No primeiro, obtém-se a melhora média para os pacientes que passaram por alguma etapa do tratamento, enquanto no segundo obtém-se a melhora média para o grupo de pacientes que passaram por todo o tratamento. Além disso, os modelos de GEC não permitem trabalhar com indivíduos que possuem algum tipo de informação faltante, como no caso daqueles que abandonaram. Assim, optou-se por manter a análise utilizando o modelo GEC, excluindo-se os indivíduos que abandonaram, uma vez que seu comportamento de melhora não difere significativamente daqueles que não abandonaram.

Houve melhora estatística e clínica substancial nos sintomas de DPI antes de 40-500 dias de medicação com a terapia combinada MC + OTHB. Esperava-se que o aumento da LM (cinquenta milhas) 15/15 dias continuasse a apresentar melhora até (em algum momento) todos os sintomas desaparecerem. No entanto, como mostra a Tabela 5, não foi o que aconteceu.

Tabela 5- Média dos sintomas físicos (7 pacientes com Estimativa de Parkinson  Std.errWaldPr(>|W|)
1ª consulta(Interceptação)1,0690,26915,817,00E-05***
40 diasfator (onda)3-0,9130,3397,280,007**
90 diasfator (onda)4-1,5660,2831,232,30E-08***
150 diasfator (onda)5-0,8430,3286,620,01*
210 diasfator (onda)6-1,0320,4245,920,015*
330 diasfator (onda)7-1,5370,27930,363,60E-08***
500 diasfator (onda)8-1,6410,2737,011,20E-09***
Assinar.Códigos:0‘***’0,001‘**’

Os sintomas físicos foram piores no meio do período de tratamento, entre 90 e 150 dias. O motivo pode ser devido ao aumento na prescrição em 90 dias de novas potências ter superado a melhor dose terapêutica observada de vários dos pacientes. Em muitos casos, foi necessário retornar ao LM anterior (cinquenta milhas) e, quando foi feito, os sintomas melhoraram. Essa é uma hipótese que pode ser controlada no futuro.

O sucesso do sistema de potência LM (cinquenta milésimos) está na diminuição da gravidade dos sintomas (como mostrado na Tabela 5) após 210 dias de tratamento. Essa observação parece ter sido produto de importantes conhecimentos deste trabalho.

IV. COMENTÁRIOS E DISCUSSÃO

Como esta investigação é observacional e de natureza não controlada, as conclusões são incompletas. Não é possível afirmar com certeza qual proporção dos resultados decorreu exclusivamente do ST, MAC ou da combinação dos medicamentos. No entanto, deve-se lembrar que esses resultados iniciais podem ter uma perspectiva melhor, diante de uma terapêutica ainda não bem estabelecida para essa doença. Um estudo randomizado controlado é necessário para determinar as evidências, portanto, para o tratamento proposto.

Por meio de uma variável categórica controle, verificou-se que a condição de abandono esteve significativamente associada (p-valor de 0,02) aos maiores indicadores emocionais no início do tratamento. Os pacientes que desistiram apresentaram índices de sintomas emocionais de McGill/Santos de 18%(IC95% (4%–19%)] e p=0,02 piores do que aqueles que permaneceram até o final do tratamento. Apenas 24 pacientes apresentaram dados completos que compuseram a variável resposta, para fins de modelagem.

Portanto, a identificação precoce desses pacientes é muito importante, a fim de reforçar sua crença de que eles também podem melhorar, ainda que lentamente.

Após a alta, os pacientes ainda oscilavam entre zero (0) e um (1) com relação aos sintomas da escala numérica de Mc Gill/Santos para DPI. Esses sintomas melhoraram em dois pacientes, com a retirada gradual da levodopa ou dopamina, demonstrando que havia distúrbios de movimento devido a essa droga12

V. CONCLUSÕES

Este estudo representa semelhança com as fases um e dois do protocolo acadêmico de pesquisa. Houve evidência de cura de todos os sintomas de IMP e ausência de efeitos colaterais da associação homoeopática MC/OT no tratamento prospectivo de vinte e oito casos que foram acompanhados até o final do tratamento. Houve sucesso em diminuir a gravidade dos sintomas após 210 dias de tratamento, o suficiente para acreditar no provável sucesso de futuras pesquisas controladas…

Não foram observadas lesões metastáticas em outros órgãos. Há evidências suficientes e segurança para o avanço para as fases terceira e quarta do protocolo de pesquisa acadêmica.

CONFIRMAÇÕES

Ao meu filho Marcelo de Oliveira Silva Guimarães, doutor em física, que criou o programa de computador para facilitar a implementação e análise da pesquisa.

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